Sala 01 Ásia, Vitrine ilha 01, 4ª prateleira esquerda
Resumo descritivo
Esta imagem de Nossa Senhora com o Menino Jesus em marfim escuro tem vestígios de policromia, douramento e raspagem. O desgaste da policromia pode ter sido pelo uso ou por antiguidade. Parte da raspagem, do rosto e do Menino, pode ter sua origem na moda do século 19 de raspar ou branquejar as peças de marfim. Estão faltantes na peça uma ponta do crescente lunar e a mão – que foi adicionada faltando-lhe o atributo, que daria mais clareza para a atribuição da invocação.
Se fosse a Virgem da Candelária, com vela ou candeia na mão, esta foi muito divulgada, em especial pelos jesuítas, como protetora das navegações nos caminhos tormentosos das travessias oceânicas. Esta imagem está sobre uma base facetada e ornamentada com três cabeças de anjinhos, solução que permitiu eliminar a peanha com nuvens e anjos aos pés da Virgem, que aqui aparece apenas com um dos chifres do crescente lunar. A figura ergue-se menor na base e alarga-se na altura dos braços, graças à presença do menino Jesus com o globo na mão esquerda. A mão direita, ao abençoar em gesto já orientalizado, mostra a palma da mão. O corpinho rechonchudo tem leve movimento, ao contrário do da mãe, que permanece hirta, na posição frontal.
A cabeça de Maria está em posição estática, olhando para a frente, com os olhos cavados, nariz pouco levantado e lábios pouco delineados. Os cabelos estão contidos pelo véu, e apenas uma mecha de cada lado desce em linhas sinuosas. As bordas das vestimentas são denteadas e as barras trabalhadas. A policromia dourada, mesmo com as perdas, confere à escultura dignidade de arte. Na face posterior, o manto cobre toda a imagem e cai até os pés com pregas retas.
