Número de registro
606
Denominação
Classificação/Tipologia
Movimentação
Tipo de movimentação
Exposição de longa duração
Local atual
Sala 05 Minas Gerais e Arte Popular, Vitrine 12, Nicho 11
Resumo descritivo
São José de Botas é assim identificado, como peregrino, por ter fugido e retornado do Egito para proteger seu filho, ameaçado de morte pelo rei Herodes da Judeia, o Grande, que aparece no Evangelho de Mateus (Mt 2:16-18). As obras que relatam esses fatos incluem Nossa Senhora com o Menino Jesus sobre um jumento e, no retorno, com o Filho caminhando sob a proteção do Espírito Santo.
Nesta escultura, o pai adotivo, São José, está carregando o Filho, aquele que salvará o mundo. Sua gestualidade é grandiosa, de imensa alegria, a segurar o cajado florido, lembrança do ato milagroso ao ser escolhido como o esposo de Maria. A túnica repuxada tem o propósito de mostrar a bota nessa caminhada. Seu manto tem inspiração em obras barrocas cultas, e o artesão esculpe com habilidade. A pintura, executada a pincel, recaiu sobre o padrão das esculturas barrocas baianas agraciadas com grandes flores, aqui executadas com certa rapidez, segundo o movimento do pai de Jesus, que caminha apressado. Essa indumentária galega, com botas, remete aos peregrinos de Santiago de Compostela. A base é octogonal, e o Menino é fixado com um pino de metal.
Segundo a tradição popular, quem crê em São José tem trabalho garantido, e nunca vai lhe faltar o pão. No Nordeste, se chove na época de São José, 19 de março, o inverno é quase certo. Se o tempo estiver nublado, seco, chuviscando ou molhado, esse é o instrumento meteorológico para os cálculos do agricultor sertanejo.
Material
Data de produção
Técnica
Local de produção
Anotações do Colecionador
S José de botas, madeira policromada, belas botas floridas,olhos de vidro, cajado (002), resplendor
Bibliografia
CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro. São Paulo: Editora Global, 2000. p. 309-310.
REÁU, Louis. José. Iconografía del arte cristiano. Iconografia de los santos. Madrid: Ediciones del Serbal, 2001. v. 4, t. 2, p. 162-170.