Número de registro
373
Denominação
Classificação/Tipologia
Movimentação
Tipo de movimentação
Exposição de longa duração
Local atual
Sala 03 América Latina, Vitrine 05, Lado B, 3ª prateleira esquerda
Resumo descritivo
Santo Antônio Abade, ou apenas Santo Antão – aquele que abraça as coisas do alto e despreza as da terra –, nasceu em Heragleópolis Magna, no Egito, no ano de 251, e ainda jovem vendeu seus bens, distribuiu-os aos pobres e foi viver uma vida como ermitão em um deserto, para orar, jejuar e meditar. Outros jovens cristãos, atraídos por essa maneira de viver, começaram a se organizar em comunidades, iniciando, assim, a criação dos mosteiros. Ele não viveu em nenhum deles e continuou no deserto, onde foi atormentado pelo demônio para abandonar a sua vida entregue a Deus. Morreu no monte Colzim, no Egito, no ano 356.
Sua iconografia é rica e inspirou Hyeronimus Bosch (1450-1516), pintor renascentista, e Salvador Dalí, moderno, em suas telas com tentações como as de formosas mulheres provocando-lhe desejos luxuriosos, logo eliminados por intensas rezas. Certa ocasião, os demônios o espancaram. Um monge apressou-se em enterrá-lo, julgando-o morto. Ao ser enterrado, levantou-se. Novamente demônios o atacaram com dentadas, garras afiadas, até que apareceu uma luz expulsando as feras, e ele foi curado. Tendo sido elevado em um êxtase por anjos, os demônios começaram a gritar seus pecados de juventude. Os anjos o elevaram mais, falando que ele já havia se arrependido.
Um governador da Catalunha pediu que viesse tirar os demônios de sua mulher. No caminho, Antão encontrou uma mulher com um leitãozinho mutilado e o curou; depois de haver curado a mulher possuída, o animal o seguia. Assim foi para sempre. Outro anacoreta vivia próximo, alimentado por pão que lhe levava um corvo. Depois de várias visitas, ele morreu e Antão o enterrou, auxiliado por um leão e outros animais. Sua iconografia é a do ermitão com vestes desgastadas, um cajado com a cruz de Aarão na extremidade, o livro com as regras dos antonianos e animais como javali e esquilo. Francisco de Zurbarán (1598-1664) o retratou como velho; teria morrido com 105 anos, com longa barba, livro das regras, cajado e a cruz de Aarão iluminando toda a sua figura encapuzada, com o animal a segui-lo.
Material
Data de produção
Técnica
Local de produção
Anotações do Colecionador
Escultura em madeira escura em estilo primitivo, Santo ajoelhadosobre pedras. Faltam os dois braços.
Bibliografia
ESCUDERO, Lorenzo de la Plaza et alii. Guía para identificar los santos de la iconografía cristiana. Madrid: Cuadernos Arte Cátedra, 2018. p. 38-40.
VARAZZE, Jacopo. Legenda áurea – vidas de santos. Tradução: Hilário Franco Júnior. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. p. 171-175.