Número de registro
853
Denominação
Classificação/Tipologia
Movimentação
Tipo de movimentação
Exposição de longa duração
Local atual
Sala 03 América Latina, Parede
Resumo descritivo
Pintura popular narrando fatos milagrosos de São Jacinto, dominicano nascido na Polônia (1185), com estudos em Cracóvia, Praga, Bolonha e Paris, sendo ordenado em Roma por São Domingos de Gusmão. Levou o cristianismo à Europa Oriental, fundando mosteiros em Praga, Moravia e Kiev. Morreu em 1257, em Cracóvia, sua terra natal e cidade da qual é patrono.
Entre seus milagres estão: curar picadas de cobra, restabelecer um trigal danificado por chuvas de granizo e salvar um jovem que se afogava. Com a imagem da Virgem nos braços, enfrentou os tártaros quando eles sitiaram Kiev, cidade em que era prior de um monastério. O milagre ocorreu porque teve que atravessar o rio Dniper sobre as águas, guiado por um anjo invisível. Daí o ditado: caminhar no caminho de São Jacinto. Após o fato milagroso, a Virgem lhe apareceu e lhe deu o menino Jesus em seus braços.
Sua iconografia o apresenta com hábitos dominicanos, caminhando sobre as águas do rio Dniper com a custódia na mão e a escultura da Virgem nos braços. Essa iconografia é posterior a 1594, depois de uma pintura encomendada pelos dominicanos. Anteriormente, estava o santo ao lado de uma capela em Avinhão.
Aqui, o santo aureolado está presente em dois fatos: na extrema esquerda, um homem negro atravessa um lago em uma balsa (salvamento do jovem que se afogaria), e, do lado oposto, um fiel pede por um milagre para salvar uma capela de um incêndio. O santo, com estola vermelha, sai em socorro dos aflitos com a imagem de Maria no braço esquerdo e um ostensório com a sagrada hóstia na mão direita. O terço – devoção dos dominicanos – em cor escura destaca-se do hábito branco.
A composição é descritiva dos fatos, e a aparição do santo tem sua importância demarcada pelo tamanho simbólico, enquanto os homens aflitos e mesmo um cavalo são pequenos e de menor importância. A paisagem do lado direito é árida – aqui, porém, é a representação do rio Guayas, no Equador, o qual está prestes a atravessar, como fizera no rio Dniper. As montanhas abaixo do ostensório servem para dar profundidade e talvez referência ao campo de trigo restabelecido das tormentas. As tonalidades azuladas mescladas com ocre são os únicos indicativos de que o artífice tinha algum conhecimento de pinturas antigas. São Jacinto é celebrado no dia 17 de agosto. No verso da tela há breve descrição da vida do santo, datada de 28 de outubro de 2004.
Palavra do colecionador
“Hoje o santo é o padroeiro da grande cidade portuária de Guayaquil, na costa do Equador. No quadro, o vemos pisando as águas do rio Guayas, perto de um indígena numa jangada. Este nosso quadro talvez seja um ex-voto; o doador equatoriano está de joelhos perto da igreja em chamas, que tenta salvar pelas suas orações.”
Jacques Boulieu
Data de produção
Técnica
Local de produção
Anotações do Colecionador
S Jacinto de Yaguache, São Jacinto de Cracovia, patrono de Guayaquil, carrega uma imagem de pedra da Virgem Maria e um ostensorio. Um escravo passa numa jangada. O doador deste ex voto, esta ajoelhado perto da igreja em chamas. Oleo sobre cobre ( informações no verso do quadro sobre este Santo). Moldura moderna. Equador
Bibliografia
RÉAU, Louis. Inés de Roma. In: Iconografía del arte cristiano. Iconografía de los santos. Barcelona: Ediciones del Serbal, 2008. v. 4, t. 2, p. 137-138.