Santo Estevão, Escultura religiosa, séc. XVII

Resumo descritivo

Santo Estevão, nascido e morto em Jerusalém, é o primeiro mártir cristão. Pouco se sabe de sua vida: seria judeu de origem grega, pelo nome, e se converteu ao cristianismo. Aparece no “Novo Testamento” como um eleito entre outros companheiros para repartir comida e dar assistência aos pobres, sendo visto como o mais notável entre eles. Em certa ocasião, orou com os apóstolos e lhe impuseram as mãos e o elegeram como diácono. Por suas boas ações, e milagres, muitos judeus o acusaram de injúrias a Deus e Moisés e o levaram a julgamento.

Em sua defesa, fez um magnífico discurso mostrando que Jesus cumprira as leis dos judeus e foi contra eles em suas últimas palavras, acusando-os de traidores e assassinos. Enfurecidos, expulsaram-no da cidade e apedrejaram-no diante das muralhas. Na execução estava um homem de nome Saulo, e os assassinos depositaram as vestes do mártir aos seus pés. Anos depois, aquele homem converteu-se ao cristianismo – era Paulo.

Seu corpo foi encontrado por milagre, junto ao de outros mártires, e levado por engano para Constantinopla e posteriormente Roma, de onde suas relíquias se espalharam pela Europa; inclusive, as pedras que o mataram foram causa de disputas durante a Idade Média.

Sua iconografia o apresenta jovem, imberbe, com dalmática, vestido de diácono, e os atributos são as pedras que o mataram e o livro. Esse atributo foi acrescido na Idade Média, quando os diáconos eram encarregados de custodiar o Evangelho. Como mártir, leva uma palma em uma das mãos. Essa escultura assim o apresenta, jovem com o livro e, sobre este, as pedras. A figura é estática, de posição frontal, ereta e simétrica. O corte de cabelo remete aos tonsurados, em especial os franciscanos. O pedestal dignifica a peça. A policromia é dominada pelo vermelho da dalmática na frente e no verso. É homenageado em 26 de dezembro, um dia depois do nascimento de Jesus.