Número de registro
647
Denominação
Classificação/Tipologia
Movimentação
Tipo de movimentação
Exposição de longa duração
Local atual
Sala 04 Brasil Nordeste, Vitrine 2, 1ª prateleira esquerda
Resumo descritivo
Santa Teresa (Ávila, 1515 – Alba de Tormes, Espanha, 1582) é conhecida como Teresa de Jesus, ou de Ávila, criada na leitura da vida dos santos e cavalaria pelo pai converso. Em 1535, decidiu-se pela vida religiosa, contra a vontade paterna. Padecendo de grave doença, foi dada como morta. Depois desse fato, iniciou a reforma da Ordem Segunda das Carmelitas e fundou 16 conventos. Essa atitude de caminhante lhe valeu a alcunha de monja andarilha. Em 1563, redigiu as Constituições, novas normas para os monastérios femininos e conventos masculinos, com a colaboração de São João da Cruz. Sua autobiografia é plena de relatos místicos, como êxtases, visões do inferno, arrebatamentos e mensagens celestes. Desses ocorridos, o mais propagado pela arte, em especial na escultura de Gian Lorenzo Bernini (1598-1680), é seu êxtase, durante o qual um querubim a transpassa com uma flecha inflamada.
A iconografia a representa com o hábito escuro das carmelitas descalças, com coifa emoldurando a face e véus sobre a cabeça. Em escultura, tem nas mãos livro e pena para escrever, pois é nomeada doutora da Igreja. Sua cena mais conhecida é o Êxtase de Santa Teresa, de Bernini, que está na Igreja de Santa Maria da Vitória, em Roma. Em pintura, sua vida ganhou cenas desde a infância até as conturbações e visões durante sua vida monástica. Como reformadora das carmelitas, aparece junto com Santo Elias e a Virgem. Também está associada a outros santos, como São José, ao qual recorreu para ser curada, Domingo de Gusmão, Francisco de Assis e Santa Clara. Seus atributos como doutora da Igreja são o livro, a pena, o abridor de cartas, a pomba do Espírito Santo, a caveira, o crucifixo, uma flecha inflamada, o querubim e o hábito de carmelita descalça. É padroeira da Espanha. Foi beatificada em 1610 e canonizada em 1622. Os monastérios das carmelitas descalças estão por toda a América Latina. Celebra-se sua festa em 15 de outubro.
A escultura de Santa Teresa de Jesus é de tamanho médio, de talha inteira, com as mãos e o crucifixo móveis. Sua posição de pé é frontal, com leve inclinação da cabeça para o lado do crucifixo. Veste hábito das carmelitas descalças, ordem feminina da qual foi renovadora. A cabeça é coberta primeiro por uma coifa ou touca ocultando os cabelos, e um véu marrom-escuro, cor dos hábitos carmelitas. A túnica e a capa, assim como o véu, são em marrom-escuro e, aqui, com as bainhas e o cinto pintados de dourado. Desenhos de folhas espalham-se por todo o hábito e constituem um padrão, aplicados com a técnica do decalque. Em alguns lugares das vestes, há pontos de punção. O segundo atributo, aqui faltante, seria a pluma alusiva a seus escritos. A base é octogonal com linhas retas e partes côncavas pintadas em falso mármore.
Material
Data de produção
Técnica
Local de produção
Anotações do Colecionador
Santa Rita de Cassia, estilo barroco baiano, madeira dourada e pintada, Ov traços asiaticos. Atributo: um crucifixo
Bibliografia
CUADRO, Fernando Moreno. Apoteosis, tesis y privilegios del Carmelo. In: Iconografía y arte carmelitanos. Granada: Junta de Andalucia/Turner, 1991.
DUCHET-SUCHAUX, Gaston; PASTOUREAU, Michel. The Bible and the saints. New York: Flammarion, 1994. p. 321-322.
RÉAU, Louis. Iconografía del arte cristiano. Iconografía de los santos. Barcelona: Ediciones del Serbal, 1998. v. 5, t. 2, p. 328-331.