Santa Inês, Escultura religiosa, séc. XIX

Resumo descritivo

Santa Inês ou Agnes de Roma foi martirizada aos 12 anos de idade no Circo de Diocleciano, onde se encontra atualmente a Praça Navona. Em suas iconografias há variações, como a de que, antes de ser martirizada, foi condenada a andar nua, como castigo, pelas ruas de Roma. É rara a representação de sua nudez, sendo encoberta pelos longos cabelos. O nome Inês ou Agnes de Roma se deve ao fato de ter como atributo um cordeiro branco, agnus, que era levado para ser tosado e, com essa lã branca, confeccionar as faixas utilizadas pelos papas e cardeais. Sua festa é celebrada em 21 de janeiro.

Esta escultura, executada em um só bloco de madeira policromada sobre uma base octogonal, apresenta a jovem virgem à maneira da aparição que fez a seus pais depois de oito dias de seu martírio: adulta, ricamente vestida, levando o cordeiro branco, símbolo de sua pureza, e a palma do martírio – atributos faltantes. Um grande manto ondulante vermelho, alusivo ao martírio, e azul, a lembrar o espaço celeste almejado, envolve todo o corpo elegantemente sinuoso. São similares os movimentos do tecido, ora vermelho sobre a perna, ora azul flutuante na altura da sobressaia branca. O corpete torna a figura elegante, insinuante e, ao mesmo tempo, contrita, com a mão sobre o peito. A cabeça, com cabeleira ondulante, inclina-se para sua esquerda, enquanto seus braços se elevam no sentido contrário. A face é serena, clara, cercada por madeixas; uma delas volta-se para trás e outra desce pelo ombro, tocando-lhe o seio. Uma gola trabalhada cinge-lhe o colo.