Número de registro
470
Denominação
Classificação/Tipologia
Movimentação
Tipo de movimentação
Exposição de longa duração
Local atual
Sala 05 Minas Gerais e Arte Popular, Vitrine 12, Nicho 13
Resumo descritivo
O recém-nascido Roque (Montpellier, 1295 – Angera, Lombardia, 1327), de família abastada, já trazia um sinal da cruz em seu peito. Logo órfão, vendeu seus bens, doou-os aos pobres e peregrinou para Roma. No caminho ocorreu uma peste, e o jovem, que se fazia de enfermeiro, médico e coveiro, curava as feridas dos enfermos apenas com o sinal da cruz. Em Casena, curou um cardeal, que o agradeceu apresentando-o ao papa, e assim ele viveu três anos em Roma. Em outras andanças, em Piacenza contraiu a peste e isolou-se para não contagiar ninguém. Um anjo apareceu e curou suas feridas e o cão que o acompanhava. Voltando para sua terra natal, um espião francês o prendeu. Morreu na masmorra depois de cinco anos. Diz a lenda que na parede apareceu escrito: Quem por ele implorar se livrará da peste.
Sua iconografia é popularmente reconhecida, pois tem aos seus pés um cão, às vezes com um pão na boca, e as vestes levantadas mostrando as chagas. Seu cajado tem um sininho, anunciando a peste, e uma concha de peregrino. Sobre as costas, uma capa; sobre ela, uma bolsa; nos pés, botas e cabaça completam os atributos do santo andarilho. É invocado contra as doenças contagiosas e homenageado no dia 26 de agosto.
A escultura de São Roque, de pequenas dimensões, é feita em um só bloco de madeira. A base octogonal dupla sustenta a figura, que se atarraca de maneira sólida na parte posterior com a barra da túnica de peregrino do santo. As gesticulações dos braços evidenciam seus atributos: na mão direita, o cajado de viajante; a mão esquerda, levantando a túnica, aponta para as chagas das moléstias. A capa alteada torna a figura diminuta ainda mais estática, ainda que tenha sido a intenção do artesão dar-lhe o movimento de andarilho. A pequena cabeça é emoldurada por uma barba bem delineada, e o chapéu firme completa a iconografia do santo protetor dos males das pestes. Nos candomblés baianos, é identificado como Omulu e, em Alagoas, como Ogum. As pestes são conhecidas como mal de são roque: bubônica, febre contínua, apostemas e carbúnculos nas axilas e virilhas.
Material
Data de produção
Técnica
Local de produção
Anotações do Colecionador
S Roque de chapeu. Bonito rosto expressivo. madeira pintada, falta o cão ("roquet")
Bibliografia
CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro. São Paulo: Editora Global, 2000.
DUCHET-SUCHAUX, Gaston. The Bible and the saints. Flammarion Iconographic Guides. Paris: Flammarion, 1994. p. 300-301.
ESCUDERO, Lorenzo de la Plaza et alii. Guía para identificar los santos de la iconografía cristiana. Madrid: Cuadernos Arte Cátedra, 2018. p. 298-299.