Número de registro
157
Denominação
Classificação/Tipologia
Movimentação
Tipo de movimentação
Exposição de longa duração
Local atual
Sala 05 Minas Gerais e Arte Popular, Vitrine 3
Resumo descritivo
Santa Quitéria é mencionada pela primeira vez no martirológio de São Severo, do século 13. A tradição lembra que sua mãe teve um parto de nove mulheres gêmeas. Uma delas, Santa Liberata, como Quitéria, fizera votos de pureza, consagrando-se para Cristo. Como ela se negava a casar, o pai, furioso, lhe cortou a cabeça, e naquele local floresceu uma fonte. Continua a tradição de que se levantou, pegou sua cabeça e levou-a até a igreja mais próxima. As portas se abriram, ela se avizinhou da cripta e se acostou em um sarcófago, que havia preparado para si, e ali terminou de morrer.
O culto a Santa Quitéria foi introduzido na Espanha pelo bispo Bernardo de Agen, de Siguenza, e espalhou-se para as cidades de Zaragoza, Aragão e Palma de Mallorca, além de Coimbra, em Portugal. Sua iconografia a distingue por portar sua própria cabeça nas mãos. Em outras versões, há um cachorro louco encostado a seus pés ou um demônio acorrentado. Em uma versão do século 15, a santa está com um livro na mão e, na outra, tem a palma do martírio.
Nesta escultura barroca, Santa Quitéria mostra-se com vestimentas movimentadas, elegantemente vestida, idealizada, como sua própria vida, envolvida em fatos como ter sido decapitada pelo pai – e ela tomou sua própria cabeça e acostou-se a um sarcófago para então morrer. Esta iconografia, com o livro na mão e palma do martírio (faltante), é do século 15. Os gestos são amplos, abrem-se os braços; em um apoia o livro e no outro a palma. Sua túnica – vermelha pelo sangue do martírio – levanta-se da base octogonal, e parte de seus sapatos aparece sob os ondulados do tecido, que logo flui para o alto, oculto pelo manto. A generosidade escultórica do manto mostra-se não apenas no repuxado das pregas junto ao livro, como também no enfunado retorcido do avesso sob o braço que procura mais espaço. Sua cintura é esbelta, apertada e cingida com uma cinta azulada. A gola envolve o pescoço, que sustenta a pequena cabeça. A face é infantil, virginal, arredondada, lábios pequenos e queixo diminuto. Um penteado com cachos envolve todo o rosto, encobre as orelhas e volta-se para a parte posterior. Um ostensivo resplendor em prata batida e cinzelada coroa a peça.
Material
Data de produção
Técnica
Local de produção
Anotações do Colecionador
Santa Quiteria, estilo barroco madeira policromada, escura. resplendor P6080, 17 ptas, 23gr panejanento aderente ao corpo, apresenta intervenção na perna direita
Bibliografia
RÉAU, Louis. Iconografía del arte cristiano. Iconografía de los santos. Barcelona: Ediciones del Serbal, 1998. v. 5, t. 2, p. 113-114.