Número de registro
260
Denominação
Classificação/Tipologia
Movimentação
Local atual
Sala 05 Minas Gerais e Arte Popular, Vitrine 12, Nicho 13
Tipo de movimentação
Exposição de longa duração
Resumo descritivo
São Brás viveu na época da perseguição aos cristãos promovida por Diocleciano. Foi bispo de sua cidade natal, Sebaste, por aclamação, porém, perseguido, foi viver em uma caverna, onde curava doentes e animais fazendo o sinal da cruz. Descoberto, foi jogado em um lago, mas ressurgiu das águas caminhando. Um anjo o ajudou a chegar às margens do lago onde sofreria o martírio. Mulheres cristãs recolheram seu sangue e foram condenadas por isso, e, como o bispo não morrera, foi então decapitado juntamente com elas e com seus filhos, que tinham recolhido seu sangue.
Sua fama de cura está relacionada a um milagre que ocorreu com um menino engasgado com espinhas de peixe. Tomando as velas da procissão das candeias, o santo cruzou-as em sua garganta, salvando-o da morte. Em outra ocasião, salvou um porco, de uma velhinha que só possuía aquele animal, de ser devorado por um lobo. Quando o santo estava na reclusão, a velha levou à prisão sementes, velas, frutos e as patas e a cabeça do porco. O santo aceitou as ofertas e pediu que sua memória fosse celebrada com aquelas ofertas.
A popularidade de São Brás é grande entre os homens do campo; para obter boa colheita, deve-se benzer as sementes invocando o santo. Na cura das doenças da garganta, deve-se cruzar as velas e impô-las na garganta no dia de Nossa Senhora das Candeias, no início de fevereiro.
Nesta escultura, sem seus atributos, o báculo de bispo e as velas cruzadas, restaram as vestimentas episcopais coloridas com azul e rosa. A mitra sobre sua cabeça confirma sua dignidade eclesiástica. A escultura, de poucos recursos escultóricos, eleva-se de uma base firme, octogonal, pintada de maneira primitiva. Seu dia é 3 de fevereiro, quando se benzem as gargantas. A qualquer momento pode ser invocado com o São Brás, São Brás! E bater nas costas de alguém engasgado...
Material
Data de produção
Técnica
Local de produção
Anotações do Colecionador
S Bras, de estola dourada, naif tropical, madeira policromada e dourada
Bibliografia
CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro. São Paulo: Editora Global, 2000. p. 79.
ESCUDERO, Lorenzo de la Plaza et alii. Guía para identificar los santos de la iconografía cristiana. Madrid: Cuadernos Arte Cátedra, 2018. p. 60-61.
RÉAU, Louis. Iconografía del arte cristiano. Iconografía de los santos. Barcelona: Ediciones del Serbal, 2001. v. 3, t. 2, p. 229-234.
VARAZZE, Jacopo. Legenda áurea – vidas de santos. Tradução: Hilário Franco Júnior. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. p. 253-255.