Nesta representação do Menino da Verdadeira Cruz sentado, ele está pisando, com o pé direito, o globo terrestre e, com o pé esquerdo, uma caveira. Com a mão direita abençoa os fiéis e, na mão esquerda, leva um atributo (faltante) de um globo terrestre com uma cruz.
Esse tipo de escultura é para receber roupas. É tradicional em Antígua, primeira capital da Guatemala, onde foi cultuado pela Confraria de la Veracruz (1533). Assim ocorreu desde os tempos do início do século 16, cultuado tanto pelos franciscanos como pelos dominicanos. Há ainda pinturas no convento franciscano de Antígua mostrando o menino Deus abraçado a uma cruz. Em escultura, o menino Deus recebe roupas, está sentado em uma cadeira e, por detrás dele, há sempre uma cruz. O excesso de roupas resume a escultura apenas à visão da cabeça, e os pés exibem os atributos da caveira e do globo.
Estudos indicam a relação com uma figura infantil do período pré-colombiano, o deus Kucnz, representado com cabeça de menino e feições de jaguar, significando que, em tenra idade, combina-se a inteligência do homem com as habilidades felinas. As cruzes também eram utilizadas por aqueles povos para sinalizar os melhores lugares dos campos a ser cultivados.
