Número de registro
1585
Denominação
Classificação/Tipologia
Movimentação
Tipo de movimentação
Exposição de longa duração
Local atual
Sala 04 Brasil Nordeste, Vitrine 5, 1ª prateleira
Resumo descritivo
Santa Margarida de Cortona nasceu em Alviano, na Toscana (1247), e morreu 50 anos depois. Segundo sua hagiografia escrita por Fra Giunta Bevegnati, foi amante de um nobre assim que fugiu de casa depois de intrigas com a madrasta. Viveu anos em um castelo, com todas as delícias da vida, até o dia em que seu amante foi assassinado. Um cão guiou-a até o local onde seu corpo já estava putrefato. Diante da imagem do corpo consumido pelos vermes, jurou abandonar sua vida de luxúria. Arrependida de sua vida de cortesã, doou todos os seus bens e tentou retornar à casa paterna, sem sucesso. Depois de três anos de intensa penitência, foi aceita como terciária franciscana e fundou uma congregação das poverelle para cuidar dos pobres e enfermos. Esta pequena escultura de cunho popular apresenta a santa ajoelhada, despojando-se de sua vida de luxúria, com sinais de suas flagelações nas costas. A santa é a protetora das mulheres arrependidas de suas vidas passadas e agora penitentes. A santa pecadora mostra-se com os seios aparentes os longos cabelos não a cobrem por inteiro. Nas partes desnudas – braços e ventre – há indícios dos silícios decorrentes de suas severas penitências corporais. A saia é longa com textura de vestimenta rudimentar e, pela gestualidade, estaria com uma cruz nas mãos. As representações escultóricas de Santa Margarida de Cortona confundem-se com aquelas de Santa Maria Madalena. Após o Concílio de Trento (1546-1563), procurou-se conciliar a imagem de Margarida, de vida de liberdade sexual, com a de Maria Madalena, a arrependida. Assim nascem as cenas da santa ajoelhada, seminua, de longa cabeleira, sobre pedras junto a uma caveira. Logo se acrescentou um crucifixo ou apenas uma cruz, a exemplo de Maria Madalena junto ao calvário com um frasco de perfumes. Pode-se ainda aproximar-se das representações de Maria do Egito, a Egipcíaca, apresentada seminua, em pé, selvagem, de longa cabeleira cobrindo todo o seu corpo, de pé, junto a três pães ou mesmo a um leão.