Número de registro
740
Denominação
Classificação/Tipologia
Movimentação
Tipo de movimentação
Exposição de longa duração
Local atual
Sala 01 Ásia, Vitrine ilha 01, Centro
Resumo descritivo
O Cristo crucificado foi representado apenas na Idade Média. Além das intenções teológicas, como as descrições nos Evangelhos, colaboraram para a evolução formal relatos místicos, resultados de pesquisas científicas, opções culturais e soluções estéticas. No Renascimento, período das grandes navegações e da expansão do cristianismo no mundo, procurou-se uma normatização.
Ou seja, a posição dos braços deveria estar mais próxima à horizontal, indicando estar salvando a todos em todas as direções; na posição ereta, dos pés à cabeça, estaria o Cristo unindo os mundos extremos, o celeste ao terrestre; a cabeça inclinada para a direita, indicando que Roma seria a sede da Igreja e expansão do cristianismo; a dor e a agonia são visíveis na contração do abdome; de dois pregos nos pés, apenas um aparece – e o pé direito sobre o esquerdo. No período do estilo barroco, foram acrescidas dramatizações, como contorções, braços em “V”, exagero nas pinturas das chagas e o nó no perizônio, caindo na lateral e provocando dobras.
Crucifixo de pousar, com pedestal em volutas e cruz imitando madeira. Figura de grande dramaticidade evocando a gramática barroca, ao mostrar o momento máximo da morte de Cristo. Os braços estão em posições diferentes, seguindo o esforço da inclinação da cabeça para a direita. A contorção do corpo provoca o sangramento, que nasce das palmas das mãos e escorre pelos braços com as veias saltadas.
A cabeça inclinada para a direita encosta no braço ensanguentado, que acolhe a longa cabeleira. A coroa de espinhos contrai e alisa os cabelos sobre a cabeça. Seu tórax está delineado pelas vértebras; do lado lancetado escorre o sangue precioso.
O perizônio, tecido que envolveu as purezas divinas, pano ou tecido de pureza segundo a tradição latino-americana, tem o nome de subligaculum, espécie de faixa ou calção de uso cotidiano, e ganhou grande plasticidade no período barroco. Na Idade Média, era um tecido comprido, do quadril até abaixo dos joelhos (SANTOS, 2002); no Renascimento, envolvia o corpo todo; no barroco, apresentou-se com um grande nó e dobras na lateral direita. As pernas estão sobrepostas, a direita sobre a esquerda, cravejadas com apenas um cravo.
Data de produção
Técnica
Local de produção
Anotações do Colecionador
Crucifixo em madeira policromada, com partes de prata, cruz, coroa de espinhos verde, base indo-portuguesa decorada com cabeça de anjo
Bibliografia
SANTOS, Lucila Morais. O ponto alto do cristianismo. In: A sagração do marfim. São Paulo: Pinacoteca, 2002, não paginado.