A escultura popular desta Imaculada Conceição em madeira tem feitios da policromia erudita. De posição rígida, de pé, sobre a peanha com cabeças de anjinhos, a figura ergue-se prometendo movimentação por meio do manto, que, com larga bainha dourada, se dirige ao braço esquerdo da Imaculada. As dobras, mesmo não convincentes, apresentam solução plástica plausível com a policromia. O dourador teve a felicidade de inspirar-se na policromia das esculturas eruditas barrocas. Se folha de ouro batido ou em pó, em forma de purpurina, o fato é que toda a escultura foi dourada como se fazia no tempo colonial. No manto, executou pinturas vistosas, combinando dourados com azul-escuro e, nas bordas, adicionou volume de tinta à guisa de punção. Os desenhos das bordas são executados com a técnica do esgrafito, raspando-se a tinta com um instrumento pontiagudo e, assim, revelando o ouro sob a têmpera.