Número de registro
893
Denominação
Classificação/Tipologia
Movimentação
Tipo de movimentação
Exposição de longa duração
Local atual
Sala 03 América Latina, Parede
Resumo descritivo
Santa Inês, ou Agnes de Roma, foi martirizada aos 12 anos de idade, no Circo de Diocleciano, onde atualmente se encontra a Praça Navona. Suas representações têm variações, como, antes de ser martirizada, ter sido vilipendiada ao andar nua, como castigo, pelas ruas da capital do Império Romano. É rara essa representação de sua nudez, sendo encoberta pelos longos cabelos. A maneira como se mostra nesta pintura é a aparição que teve aos seus pais depois de oito dias de seu martírio: adulta, ricamente vestida e levando o cordeiro branco, símbolo de sua pureza, e a palma do martírio.
O artista espanhol Francisco Zurbarán (1598-1664) executou uma grande série de santas mulheres, como Cassilda, Isabel, Doroteia, Úrsula e Catarina, todas ricamente vestidas. Desses modelos surgiram versões como esta, que mostra a santa adulta com amplas e vistosas vestes, e o cordeiro branco em seus braços. Seu estilo vigoroso e direto, mostrando a figura santificada em sua plenitude, caíra no gosto espanhol pelo realismo das faces e dos pregueados e amassados dos tecidos lisos e luminosos. Esta pintura tem esses valores da época barroca do século de ouro espanhol. Os modelos com os quais os artistas coloniais se relacionavam eram esses, podendo admirá-los nas igrejas conventuais.
O diferencial que se tem das pinturas espanholas é o gosto pela minúcia, expressa no requinte dos tecidos bordados, em vez dos claros e escuros dos amassados sombreados à maneira italiana, admirada pelos artistas espanhóis. O pregueado é mais firme, sulcado e pouco modelado, priorizando as pinceladas delicadas das flores. As dobraduras provocadas pelo manto vermelho ao ser repuxado, direcionando para o cordeiro, apontam o empenho do artista na compreensão do modelo que foi apresentado.
O nome Inês, ou Agnes de Roma, se deve ao fato de seu atributo ser um cordeiro branco, agnus, que era levado para ser tosado e, com essa lã branca, confeccionar as faixas utilizadas pelos papas e cardeais. Sua celebração religiosa é no dia 21 de janeiro. O nome de Ignez está assinalado no lado direito da tela.
Data de produção
Local de produção
Anotações do Colecionador
Santa Ines, ricamente vestida, segura um carneiro e uma palma. Nome: "Santa Ines"
Bibliografia
ESCUDERO, Lorenzo de la Plaza et alii. Guía para identificar los santos de la iconografía cristiana. Madrid: Cuadernos Arte Cátedra, 2018. p. 160-161.
RÉAU, Louis. Inés de Roma. In: Iconografía del arte cristiano. Iconografía de los santos. Barcelona: Ediciones del Serbal, 2008. v. 4, t. 2, p. 109-114.