Sala 01 Ásia, Vitrine ilha 01, 1ª prateleira direita
Resumo descritivo
Escultura em marfim amarelado de uma figura de apóstolo, de nominação dificultada pela falta do atributo. Porém, pode-se pensar que se trate do aclamado São Tomé, o “maior dos apóstolos”, que levou o cristianismo até as terras indianas na Costa de Malabar no ano de 52. Lá, aqueles convertidos são denominados “cristãos de São Tomé”. A cristianização da Índia teve sua primeira onda no século 4, liderada por Tomé de Cana, com a migração de judeu-cristãos babilônicos; a segunda, com os bispos de Sapor e Prot no século 9, com cristãos caldeu-nestorianos. As denominações dessas comunidades cristãs são “cristãos sírios”, nambudiris, nairs, knanayas, malabares, dravidianos (ou drávidas, do sul da Índia), keralitas, “romo-sírios”, caldaicos e jacobitas. São Francisco Xavier e dois outros jesuítas iniciaram a evangelização em Goa, capital da colônia portuguesa na Índia, no ano de 1542, e em seguida foram para o Japão.
Esta escultura do apóstolo mostra o evangelizador em posição frontal, ereto, com o livro das escrituras seguro com firmeza na mão esquerda. O panejamento é esquematizado, com parca volumetria. O manto desce dos ombros e cai até a base com apenas uma redobra. A túnica é resolvida com pregas retas que descem até os pés, encobrindo-os parcialmente. A cabeça, rígida sobre o tronco, é alongada pela barba, que tem sulcos semelhantes ao cabelo bipartido. Há grande desgaste no marfim provocado pela raspagem da policromia. Os sinais da antiga pintura se mostram em manchas mais avermelhadas nas bordas das dobras.
