Número de registro
221
Denominação
Classificação/Tipologia
Movimentação
Tipo de movimentação
Exposição de longa duração
Local atual
Sala 01 Ásia, Vitrine ilha 01, Centro
Resumo descritivo
O Cristo crucificado foi representado apenas na Idade Média. Além das intenções teológicas, como as descrições nos Evangelhos, colaboraram para a evolução formal relatos místicos, resultados de pesquisas científicas, opções culturais e soluções estéticas. No Renascimento, período das grandes navegações e da expansão do cristianismo no mundo, procurou-se uma normatização.
Ou seja, a posição dos braços deveria estar mais próxima à horizontal, indicando estar salvando a todos em todas as direções; na posição ereta, dos pés à cabeça, estaria o Cristo unindo os mundos extremos, o celeste ao terrestre; a cabeça inclinada para a direita, indicando que Roma seria a sede da Igreja e expansão do cristianismo; a dor e a agonia são visíveis na contração do abdome; de dois pregos nos pés, apenas um aparece – e o pé direito sobre o esquerdo. No período do estilo barroco, foram acrescidas dramatizações, como contorções, braços em “V”, exagero nas pinturas das chagas e o nó no perizônio, caindo na lateral e provocando dobras.
Crucifixo de pousar elaborado em madeira, marfim e prata. A base representa o Calvário e a cruz lembra o madeiro. Os braços estão em “V” aberto e o corpo apresenta as pernas sobrepostas. Nos braços, os sinais das veias sobressaltadas. A cabeça inclinada para a direita, os olhos fechados, já morto, com o rosto desfalecido, emoldurado por longa cabeleira. O bigode sai das narinas, contorna os lábios e termina em gancho, bipartido, no queixo. O abdome está contraído mostrando as vértebras.
O perizônio completa a habilidade do artesão ao se expressar na anatomia e no panejamento do tecido que envolve o quadril de Cristo. As dobras e redobras estão firmemente amarradas por cordões duplos e nós. Os cordões se entrelaçam e caem com pontas duplas. As bordas são trabalhadas com debruns e perfurações.
Há marca da lança que o soldado usou para o perfurar. Sua morte por asfixia foi lenta, dolorosa, apenas para condenados violentos. Sobre sua cabeça, o resplendor de prata e a inscrição INRI, Jesus Rei dos Judeus, que Pilatos ordenou colocar.
Data de produção
Local de produção
Anotações do Colecionador
Crucifixo. Cristo de marfim (27cm), dois paramentos de prata, cruz do tipo "arvore e rochedo", vestigios de ouro e de policromia
Bibliografia
ABRANTES, Dalva de. Crux Crucis Crucifixus – o universo simbólico da cruz. São Paulo: Museu de Arte Sacra de São Paulo, 2013.